Por que não querem mais o Seguro do seu cliente?
Todos os dias recebo pedidos de ajuda de corretores de seguros, por não encontrarem no mercado alternativas de colocação de transferência de riscos para os seus clientes, que por sua vez, acabam por culpar os próprios corretores.
O fato é que os guidelines de subscrição das seguradoras foi bastante endurecido em relação a diversas atividades, replicando as exigências dos contratos de resseguros, que simplesmente excluem algumas atividades ou que determinam que elas sejam aceitas mediante processo criterioso, o que envolve comprovar que são “riscos altamente protegidos” e sem sinistros nos últimos anos.
No passado, em tempos de mercado “soft”, era comum, mesmo para riscos de qualidade inferior, que os corretores conseguissem várias cotações e que, com a decisão do cliente por uma delas, ocorresse uma inspeção tradicional (meia boca) dos empreendimentos, que se revertia em meia dúzia de recomendações genéricas para serem atendidas ao longo da vigência (o que quase sempre era negligenciado pelos clientes).
Portanto, agora, o mundo mudou radicalmente e os clientes têm que se conscientizar que o mercado não vai mais passar a mão sobre as suas cabeças, fazendo vista grossa para situações de risco potenciais, não geridas e tratadas.
O objeto do seguro é o risco, que por sua vez, é o efeito das incertezas sobre os objetivos. Isso quer dizer que é necessário reduzir as incertezas pata que os objetivos sejam atingidos.
No passado, muitos clientes entendiam que contratar seguros era suficiente para tratar os riscos, sem investir de fato na gestão das suas exposições no nível operacional, ou seja, por meio de projetos, processos, controles e pessoas que pudessem melhorar a disponibilidade e a segurança das operações no dia a dia, incluindo medidas efetivas para reduzir a probabilidade e a magnitude das consequências diretas e indiretas dos eventos de riscos.
Em teoria tudo isso é lindo, mas na prática requer investimento e tempo, sobretudo sabendo o que fazer, etapa etapa, de forma organizada e metodológica, para de fato incorporar a cultura de gestão de riscos e controles, e fazer as coisas acontecerem.
Quando os corretores me perguntam o que fazer na prática para ajudar os clientes vem a parte difícil, porque eles devem ser convencidos que terão que, muitas vezes pela primeira vez, pensar em gerenciamento de riscos e que o trabalho leva de 6 meses a 1 ano para apresentar os primeiros resultados, envolve investimento em um contrato de consultoria contínua, uma longa série de capacitações, levantamentos, planos de ação corporativos e setorias, dedicação de tempo das equipes internas e o cumprimento de uma série de recomendações. Muitas vezes também significa reestruturar a organização para que de fato se construa uma governança de gestão de riscos e controles.
Talvez a pior parte seja entender que mesmo com todo o acima não há nenhuma certeza de que os subscritores do mercado venham a aceitar as demandas por colocação dos riscos, mas é papel dos corretores, de posse de uma nova fotografia em relação as exposições, fazer o seu trabalho de aproximação dos mercados.
Como há muitos corretores me pedindo isso, devo formatar um curso sobre Gerenciamento de Riscos em Seguros em um sábado de fevereiro ou março (mais possivelmente) para fazer uma imersão no assunto.
Se você tiver interessado, envie-me um e-mail ([email protected]) com o seu nome, corretora, e-mail e telefone celular, para que eu possa lhe dar notícia sobre quando vai acontecer.
Até lá, se precisar de ajuda com algum caso específico e eu puder ajudar, pode me acionar.
Siga-me lá no Instagram em @sricardoms
FONTE: CQCS