Fenacor sugere medidas para conter uso de peças falsas em oficinas credenciadas
Entidade sugere a exigência de que todas oficinas mecânicas credenciadas pelas seguradoras tenham, obrigatoriamente, um Certificado de Registro
A Fenacor (Federação Nacional dos Corretores de Seguros) está acompanhando de perto as denúncias divulgadas pela imprensa sobre a utilização de peças falsas em veículos por oficinas mecânicas credenciadas pelas seguradoras.
Recentemente, uma grande seguradora teria, inclusive, desmantelado uma ação envolvendo oficinas mecânicas e lojas de autopeças do Rio de Janeiro.
A Fenacor entende que cabe uma ação rigorosa, coordenada e urgente dos órgãos públicos, especialmente da Susep (Superintendência de Seguros Privados) e da Polícia Federal. A questão envolve risco de vida para consumidores que trafegam, inadvertidamente, por ruas e estradas brasileiras com peças falsificadas em seus veículos.
A Federação defende também uma “atuação rigorosa” sobre a utilização de peças falsas em veículos por oficinas mecânicas credenciadas pelas seguradoras, e cuja venda é feita com a emissão de notas fiscais contendo valores muito abaixo da média de mercado para peças genuínas e a utilização de etiquetas falsas de grandes distribuidoras de peças que atuam no mercado automotivo. “É de suma importância a pronta intervenção dessa autarquia, a fim de mitigar eventuais e potenciais prejuízos aos segurados”, alerta o presidente da Fenacor, Armando Vergílio.
Ele acrescenta que o teor da matéria possui grande potencial de macular o setor de seguros como um todo, justamente no momento em que o superintendente da Susep, Alessandro Octaviani, vem manifestando que a atuação do órgão será dirigida, também, no sentido de garantir a estabilidade do mercado e a proteção do consumidor de seguros.
Outro fato grave apontado pela reportagem é que as oficinas credenciadas não estariam recusando tais peças falsificadas pelo receio de serem descredenciadas pelas sociedades seguradoras. “Em sendo verdade, não podemos compactuar, sob pena de incrementarmos ou fomentarmos o ciclo vicioso que essa denúncia visa coibir”, adverte Vergilio.
A Federação também sugere que as entidades que representam as seguradoras se manifestem e adotem medidas preventivas e de rígido controle para evitar o agravamento dessas manobras dos possíveis golpistas.
Nesse contexto, uma ação que poderia trazer bons resultados em curto prazo seria, por exemplo, criar a exigência de que todas as oficinas mecânicas credenciadas pelas seguradoras tenham, obrigatoriamente, um certificado CR (Certificado de Registro), documento comprobatório do ato administrativo que efetiva o registro da pessoa física ou jurídica similar ao do Exército para autorização do exercício de atividades, e que já é adotado no caso dos carros blindados.
Esse certificado seria emitido por instituições ou certificadoras cadastradas na Susep.
Fonte: Apolice