23º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros discute economia e oportunidades no mercado de seguros
O cenário econômico do Brasil esteve em pauta na manhã desta sexta-feira, dia 11 de outubro. Com mediação de Armando Vergílio, presidente da Fenacor, o painel “Realidade e Perspectivas Econômicas para o Brasil e o Mercado de Seguros” do 23º Congresso Brasileiro dos Corretores de Seguros reuniu Dyogo Oliveira, presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Marcos Pinto, secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, e Lucas Vergilio, presidente da Escola de Negócios e Seguros (ENS), para abordar os avanços e desafios que ligam o setor segurador e as esferas federais.
De acordo com o presidente da CNseg, a Confederação tem saído na frente no que diz respeito à expectativa positiva para com a economia brasileira. Apesar dos analistas de mercado projetarem baixas, os resultados têm se apresentado muito melhor em termos de arrecadação, explicou Oliveira. “Para este ano, a expectativa do Focus era de 1,5% de crescimento; agora, caminhamos para um crescimento de mais de 3% do PIB. No ano passado, a expectativa era de 0,85% e encerramos o ano em 2,95%”, disse.
O presidente da Fenacor também destacou sua postura sempre otimista quanto ao avanço do mercado de seguros. “Não tenho dúvida de que, em função de vários fatores, o mercado vai continuar se desenvolvendo e vamos alcançar os patamares para nos tornarmos um mercado de oportunidades, que oferece proteção para as camadas C, D e E, ampliando a base de consumo”, afirmou Vergílio.
O subsecretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda compartilhou do mesmo pensamento dos presidentes da Fenacor e da Confederação. Segundo ele, a economia vem crescendo de forma saudável, em um ritmo de 3% ao ano, nos últimos quatro anos. “Me surpreendo com o continuado pessimismo dos analistas econômicos, que têm previsto ao final de cada ano crescimento de menos de 1% da economia brasileira, e o resultado no final do ano tem sido de crescimentos na ordem de 3%”, afirmou Pinto.
No entanto, o Brasil tem passado por reverses muito duras, que acabam por minar a confiança do empresário e do investidor. “Nos últimos trinta anos, nós tivemos dois impeachments no Brasil e atritos entre os poderes. A instabilidade jurídica tem duas vertentes: a demora e mudança de direção”, disse Oliveira. Segundo ele, a proposta do PIS e Cofins, encabeçada em 2003, é um exemplo dessa demora em discutir, ajustar e aprovar projetos importantes para as seguradoras e para a economia do Brasil. Além disso, existe uma discordância entre as casas do Congresso Nacional, com criação e aprovação de propostas que se opõem.
A educação financeira é também um dos desafios do setor, segundo o presidente da ENS. Nos últimos anos, seguradoras e outras empresas têm investido na conscientização da população. A escola, por exemplo, trouxe ao mercado um curso de direção defensiva, a fim de mostrar a importância da contratação consciente de seguro auto. Em âmbito nacional, a educação também é uma prioridade:
“Nos últimos anos, temos feito reformas na educação do país. Nos últimos dez anos, o número de jovens com diploma universitário dobrou”, disse Pinto. Com isso, o PIB é elevado, com jovens mais educados tendo mais chances no mercado de trabalho e de consumidores.
Oportunidades
Apesar dos entraves, a lista de oportunidades é ampla: a baixa penetração de seguro na sociedade mostra aos corretores que ainda existe um grande potencial de crescimento, explicou o presidente da ENS, acrescentando, entre as possibilidades, a expansão de produtos como o seguro de vida (segundo a Fenaprevi, apenas 18% dos brasileiros têm esta cobertura), seguros ambientais e cibernéticos, regulamentação e inovação, além da digitalização dos processos, chegada das insurtechs e do Open Insurance.
“Nós temos a busca por soluções mais ágeis e mais personalizadas, seguindo as demandas dos consumidores, que buscam transparência, agilidade e conveniência”, disse Vergílio.
De acordo com Dyogo, a economia brasileira hoje tem fundamentos mais fortes, uma política monetária autônoma, um bom câmbio flutuante, sistema financeiro inovador, mercado de capitais em constante crescimento, inflação controlada e instituição de políticas bastante consolidadas. A economia brasileira mais estável, com política monetária autônoma e inflação controlada, favorece o setor de seguros ao gerar confiança e previsibilidade, estimulando investimentos e expansão de produtos.
FONTE: CQCS